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Hoje tem espetáculo:

 1,2,3,4,5,6…

Por Juliane Cavalcante

      Luciana Gomes

Vamos começar com Dona Mirtes, mãe de Círio. Era 1990, quando deu vida ao sonho que acalentava, de ser a dona de um circo. Conseguiu, depois de muito esforço e a ajuda de um amigo, descrito pelo filho, como um anjo. E, no dia três de julho de 1990, nasce o Circo Mirtes. Desapegado e ingênuo, como todo bom circo deve ser.

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Sob o comando de Círio Brasil, batizado assim em homenagem ao Círio de Nazaré, o circo conta com um elenco de peso, uma família toda de artistas circenses. A esposa, Ana Lúcia, os sete filhos; Wanderson, Wenderson, Círio Junior, Samara Aparecida, Mara Conceição, Naiara e Tamara, e a nora Beatriz, casada com o filho mais velho de Círio. Ficou difícil de entender? Calma que a gente explica. Os dois se conheceram após uma das apresentações, o palhaço Baratinha (Wanderson) arrebatou o coração da moça, que resolveu fugir com o circo. Parece até história de novela, mas como o próprio palhaço relata: “O palhaço o que é? É ladrão de mulher”. E, foi com essa descontração que a família Brasil, abriu as portas, ou melhor, a lona para nos receber e contar um pouco da sua história.

Foto: Khelvya Carvalho

 Beatriz e 

            Wanderson

Samara Aparecida

e Wenderson

Mara 

Conceição

Círio Junior

 

      a mãe Ana Lucia

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e a caçula Samara

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Naiara, ao lado do pai,

Círio Brasil

1½ cups

Butter

3 cups

Flour

Família do circo Seven Brothers

“A mãe dá a vida pelo circo, e quando morre a gente acaba com o circo que ela criou?”, questiona Círio, que após dois dias da morte da mãe, decide armar a lona e seguir em frente com o espetáculo, somente ele, a esposa, e até então os três filhos. Com o passar dos anos, e o nascimento de mais quatro crianças, o circo muda de nome, e surge o ‘Seven Brothers’.

Se apresentavam pelo interior do Estado do Ceará, e pela capital alencarina, com Mirtes, seus cinco filhos, e muita vontade de vencer e sobreviver, porque além de um sonho, o circo era o sustento da família. Divorciada, Mirtes perdeu o marido para o circo, é que ele era palhaço. E sabe como é? O danado fugiu com o circo, e com outra mulher, deixando-a com cinco filhos para criar.

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O tempo passa, e entre uma cidade e outra, o circo encerra mais uma apresentação. Já desmontado, pronto para o próximo espetáculo, quando Mirtes sofre um ataque fulminante nos braços do filho, Círio. Coincidentemente no dia em que o circo completaria doze anos. É, parece até que enredo de novela mexicana vive no encalço dessa família, ou simplesmente a arte imitando a vida.

Após o falecimento de Mirtes, quatro dos cinco filhos decidem abandonar a vida circense e seguir o próprio rumo. “A mãe dá a vida pelo circo, e quando morre a gente acaba com o circo que ela criou?”, questiona Círio, que após dois dias da morte da mãe, decide armar a lona e seguir em frente com o espetáculo, somente ele, a esposa, e até então os três filhos. Com o passar dos anos, e o nascimento de mais quatro crianças, o circo muda de nome, e surge o ‘Seven Brothers’.

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O tempo passa, e entre uma cidade e outra, o circo encerra mais uma apresentação. Já desmontado, pronto para o próximo espetáculo, quando Mirtes sofre um ataque fulminante nos braços do filho, Círio. Coincidentemente no dia em que o circo completaria doze anos. É, parece até que enredo de novela mexicana vive no encalço dessa família, ou simplesmente a arte imitando a vida. Após o falecimento de Mirtes, quatro dos cinco filhos decidem abandonar a vida circense e seguir o próprio rumo. “A mãe dá a vida pelo circo, e quando morre a gente acaba com o circo que ela criou?”, questiona Círio, que após dois dias da morte da mãe, decide armar a lona e seguir em frente com o espetáculo, somente ele, a esposa, e até então os três filhos. Com o passar dos anos, e o nascimento de mais quatro crianças, o circo muda de nome, e surge o ‘Seven Brothers’.
 

“Eu não sei estar onde o circo não tá, o ‘Seven brothers’ nos dar tudo o que precisamos pra viver, e a gente é grato por isso”. É com essas palavras que Círio fala da paixão pelo ‘Seven brothers’ um circo armado através de perdas mas com muito amor, uma família que dá a vida pelo circo e vive dele.

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Apesar das dificuldades, Círio “Eu não sei estar onde o circo não tá, o ‘Seven brothers’ nos dar tudo o que precisamos pra viver, e a gente é grato por isso”. É com essas palavras que Círio fala da paixão pelo ‘Seven brothers’ um circo armado através de perdas mas com muito amor, uma família que dá a vida pelo circo e vive dele. Apesar das dificuldades, Círio relata que ainda dá para viver do circo. “Tem lugares que são melhores que outros, mas a gente já se acostumou, quando não é bom levantamos a cabeça e seguimos para o próximo”.

A vida itinerante fez com que a família Brasil começasse a levar somente as boas lembranças de onde passam. Dona Lúcia, a mãe da família, acorda cedo todos os dias para arrumar a criançada para ir ao colégio, e já foram tantos colégios, tantos amiguinhos diferentes. Se você pensa que eles acham ruim, engano seu. Eles não trocam a vida no circo por nada. “Itinerante que chama, é? A gente ama essa vida.”

 

Um circo com sete pessoas, são poucos não é?! Para dar conta de tudo. Até assistir ao espetáculo você pensa assim, depois tudo muda. Cada integrante da família tem

“Itinerante que chama, é? A gente ama essa vida.”

seu talento na vida circense. Tem o mágico, malabarista, contorcionista, e eles se dividem entre estar na bilheteria uma hora e em outro momento no centro do picadeiro. E por falar em picadeiro, esse é o local preferido do Palhaço baratinha, que desde pequeno já tinha o sonho seguir a profissão do pai.  “Eu olhei pra ele bem pequenininho com 5 anos e disse: tu vai querer mesmo se apresentar de palhaço, tu se garante? Ai ele olhou pra mim e disse: eu se garanto, pai.” E pronto, assim surgiu o palhaço baratinha, o filho mais velho que herdou toda a paixão do circo. Coisa de família, ele é neto da dona Mirtes lembra?!

Foto: Khelvya Carvalho

Baratinha faz um pouco de tudo. O famoso carro de som que passa divulgando a hora do espetáculo é tarefa dele, bilheteria ele também. Comunicativo, puxou ao pai, e fala que não tem problemas em fazer amigos. “Essa vida itinerante, proporcionou eu ter uma diversidade de amigos, e não só dois. Ou seja quando eu precisar eu vou ter amigo em todo lugar, nunca vou tá desamparado, eu vejo como uma coisa boa.”
 A vida intinerante é tudo para Baratinha, mas ele acredita que para crescer,  tem que fazer duas coisas, aquela que vai lhe ajudar a sobreviver, a pagar as contas. E outra que você goste. “Então quando o circo começa a fraquejar eu procuro outros meios, procuro um show em outro canto, fazendo uma festa de aniversário.. eu não quero largar o picadeiro, porque isso aqui é o que eu amo e nunca vou abandonar, mas eu não me prendo só aqui, a responsabilidade não é só do circo de botar a comida na mesa, por isso que eu estou estudando.”

  Baratinha não quer deixar a arte morrer, e diz que o essencial para isso é fazer tudo com muito amor. “Dificuldades têm muita, água, luz, terreno. A vida toda da gente é uma dificuldade. Viver no circo é difícil, se fosse fácil não teriam tão poucos.” Mesmo assim a família continua abrindo a cortina todos os dias para mais um espetáculo, seja com a platéia cheia ou vazia.

Palhaço Baratinha, filho mais velho de Círio Brasil

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